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[Figura: EDUARDO BRAZÃO, interprete principal de «Frei Luiz de Souza»]

ALMEIDA GARRETT

FREI LUIZ DE SOUSA
DRAMA

Representado, a primeira vez, em Lisboa, por uma sociedade particular,no theatro de quinta do Pinheiro em quatro de Julho de MDCCCXLIII

ESCRIPTORIO DE PUBLICAÇÕES DE FERREIRA DOS SANTOS

Rua de Santa Catharina, 231

PORTO

Imprensa Commercial—Rua da Conceição, 29 a 37

PESSOAS

MANUEL (FREI LUIZ) DE SOUSADONA MAGDALENA DE VILHENADONA MARIA DE NORONHAFREI JORGE-COUTINHOO ROMEIROTELMO-PAESO PRIOR DE BEMFICAO IRMÃO CONVERSOMIRANDAO ARCEBISPO DE LISBOADOROTHEA

CÔRO DE FRADES DE SAN'DOMINGOS

Clerigos do arcebispo, frades, criados, etc.

Logar da scena—Almada.

ACTO PRIMEIRO

Camera antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegancia portuguezados principios do seculo dezasette: porcelanas, xarões, sedas, flores,etc. No fundo duas grandes janellas rasgadas, dando para um eirado queolha sôbre o Tejo e de donde se ve toda Lisboa: entre as janellas oretratto, em corpo inteiro, de um cavalleiro môço vestido de preto com acruz branca de noviço de S. João de Jerusalem.—Defronte e para a bôccada scena um bufete pequeno coberto de ricco panno de velludo verdefranjado de prata; sôbre o bufete alguns livros, obras de tapeçariameias-feitas, e um vaso da China de collo alto, com flores. Algumascadeiras antigas, tamboretes razos, contadores. Da direita doespectador, porta de communicação para o interior da casa, outra daesquerda para o exterior.—É no fim da tarde.

SCENA I

MAGDALENA so, sentada junto á banca, os pés sôbre uma grande almofada,um livro aberto no regaço, e as mãos cruzadas sôbre elle, como quemdescahiu da leitura na meditação.

*Magdalena*, repettindo machinalmente e de vagar o que acaba de ler.

  «N'aquelle ingano d'alma ledo e cego
  Que a fortuna não deixa durar muito…»

Com paz e alegria d'alma… um ingano, um ingano de poucos instantes queseja… deve de ser a felicidade suprema n'este mundo.—E que importaque o não deixe durar muito a fortuna? Viveu-se, póde-se morrer. Maseu!… (pausa) Oh! que o não saiba elle ao menos, que não suspeite oestado em que eu vivo… este medo, estes continuos terrores que aindame não deixaram gozar um so momento de toda a immensa felicidade que medava o seu amor.—Oh que amor, que felicidade… que desgraça a minha!(Torna a descahir em profunda meditação: silencio breve.)

SCENA II

MAGDALENA, TELMO-PAES

*Telmo*, chegando aopé de Magdalena que o não sentiu entrar. A minhasenhora está a ler?…

*Magdalena*, despertando. Ah! sois vós, Telmo… Não, ja não leio: hapouca luz de dia ja; confundia-me a vista.—E é um bonito livro este! oteu valido, aquelle nosso livro, Telmo.

*Telmo*, deitando-lhe os olhos. Oh, oh! Livro para d

...

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